domingo, 30 de dezembro de 2007

.de luz apagada, apenas assim...de luz apagada



"E tive-te, atrás do espelho, todas as manhãs da minha vida. Porque foi sempre para ti que me quis bonita, mesmo nos dias mais escuros. É em ti que penso, quando escolho a roupa ou escovo o cabelo, todos os dias. É para ti que me quero bonita para a eventualidade de te encontrar por aí numa esquina qualquer. E que repares ainda mais em mim, que o coração te cai aos pés e deslumbrado digas: estás tão linda hoje! É por ti e ninguém mais que me quero bonita; não é um não sei que de vaidosa, é por ti."






(Inês Pedrosa - Fica comigo esta noite)






Não sei porque e desculpa-me por isso. Mas só consigo fazer as coisas de luz apagada (mulheres).

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

.procuram-se

Planos para passagem de ano urgentemente!
Estou a entrar em desespero ao aperceber-me que não tenho planos para a passagem de ano, nem companhia, nem sitio, nem roupa, nem coisa alguma...
Procuram-se companhias assim que mais ou menos que tenham um gostinho apreciável por festa e ramboia e tradição das doze passas à meia noite (que sem elas não faz sentido a passagem de ano). Convêm também ter bom gosto e apostar nos pretos e prateados no look.
Além disso, na candidatura devem apresentar potenciais locais para sair e comemorar as doze badaladas assim como um bom cacau quente 'as seis da manhã.
Sou muito boa rapariga e estou desesperada (não quero mesmo passar a passagem de ano em casa)
p.s.Alguma alma caridosa que me ilumine as ideias quanto a planos?

domingo, 23 de dezembro de 2007

.facto nº 3

quanto mais cansados nós andamos de tudo, mais o mundo precisa que estejamos presentes!




(conclusão baseada nas atitudes de todos e mais alguém)

sábado, 22 de dezembro de 2007

.i (so fucking) made it

O colombo estava uma autêntica selva! Em qualquer loja que se entrasse, era atacada por leões feroses que tentavam tirar-me o produto que tinha na mão, ou correr para ficar à frente na fila interminável da caixa. Os embrulhos eram feitos à pressa e com fita cola rafeirosa, até eu perder a paciência e decidir que embrulhava tudo em casa à bela forma caseira(triste ideia minha)...
Corri uma imensidão de lojas com a minha mãe à procura da prenda para o meu pai (que por vezes põe a minha mãe louca porque também nunca sabe o que lhe à de oferecer); e com uma bela quantia de euros gastos e muita "sedução" por minha parte (admito -.-) ao empregado arranjadinho e perfumado (como eu gosto deles) da loja acabamos por comprar um sobretudo preto muito chique. E enquanto ele se esforçava por embrulhar o sobretudo eu só reparava no sorriso maroto que ele fazia quando tentava apertar a fita do embrulho.
Depois deste encontro sorreal numa daquelas lojas finórias de fatos do Colombo, separei-me da minha mãe e atirei-me de cabeça a tudo o que fosse lojas com potenciais iluminações divinas e de caderno na mão para apontar ideias. Depois de vários produtos vistos, escrevi algumas ideias que me pareceram ideias para a prenda do meu namorado.
E aí começou a parte que eu mais gosto, o gesto de dar o cartão de crédito à senhora do balcão e primir: verde...código...verde; e puff magia.
Depois de muitos gestos mágicos, consegui finalmente após tantos dias de sacrificio comprar a desejada prenda para o namorado; que como me parece óbvio não posso descrever aqui o que é porque ele por vezes espreita este blog e estragava a surpresa toda.

So i made it!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

.devo estar doente...


Ao admitir que o Mikael Carreira é capaz de ser o saloio/cantor pimba mais sexy à face do mundo!
p.s. so' posso estar gravemente doente pra dzr estas coisas

domingo, 16 de dezembro de 2007

. a dúvida crucial do mês

O que oferecer ao namorado no natal?

Aposto que existem por aí muitas mais senhoras/raparigas na mesma situação que eu. O namorado/marido é esquisito, não lê nada a não ser a BD dos jornais, a cultura musical dele resume-se aos dois cd's já bastante riscados guardados com carinho por baixo do colchão, veste qualquer coisa e tem todos os jogos/tecnologias e mais algumas que era possível ter.

E mediante esta curta restrição de gostos do namorado, como havemos nós (pobres namoradas) de oferecer o que quer que seja? Falando por mim, é de perder a cabeça.

Já recrutei todos os amigos rapazes, melhores amigas e até pessoal que não conheço de lado nenhum para me darem ideias para a prenda; percorri três vezes o shooping e continuo na mesma. Sem prenda e sem ideia.

Livro? Nem pensar, demasiado vulgar. Cd's? Ele tem uma colecção interminável com a qual não vale a pena competir. Roupa? Nahh, como disse, veste (quase) qualquer coisa (e também é demasiado vulgar). Perfume? Já lhe ofereci um o natal passado. Jogos? Nem pensar, tenho ciumes do tempo que ele passa a jogar, não lhe ia oferecer o próprio inimigo numa caixa com laçarote. Cuecas e meias? Tem muitas, graças a deus...

E volto sempre ao mesmo ponto de ignorância acerca do gosto/preferência de prendas de natal por parte do mundo masculino. (tou na fossa)

Ideias por favor? Alguma alma caridosa?

sábado, 15 de dezembro de 2007

. facto nº 2

No outro dia, na wikipédia (fonte incansável de saber) li que existe um tipo de filosofia de vida que nos permite amar e ser amados por várias pessoas ao mesmo tempo e que portanto o adultério e traição não existem para os que seguem essa filosofia; pois o amor é livre e pode-se ser amado por vários homens/mulheres mesmo sendo casado(a) de apenas uma.
E com esse conhecimento de filosofia, cheguei à conclusão que o amor nos faz egoistas. Será?

Não gostaria de saber que o amor da minha vida ama outras pessoas senão eu ou que outras o amam a ele; mas esse pensamento fará de mim uma namorada fiel e comprometida ou possessiva e egoista?

Afinal é fidelidade ou egoismo?
(agradeço esclarecimentos sobre o assunto)

.Almada Negreiros

"O que hoje aprendi para dizer-me
talvez não caiba no jeito do verso
não cabe, por minha falta
mas eu aprendi.
Desde hoje serei mais eu
estarei mais onde estiver"
É terrível a sensação de por vezes não sermos nós próprios, não é? E hoje, ao me deitar sossegadamente na cama para aproveitar p descanço merecido; enquanto me debato com uma gripe que fez dos lenços de papel os meus melhores amigos, leio. Leio para passar o tempo, leio para sonhar, leio para desligar a alma e apenas deixar passar o tempo por mim sem me preocupar com nada; leio e deparo-me com este poema. Reflicto.
Sim...apartir de hoje prometo a mim que serei mais eu!
Odeio por vezes saber que nao sou eu! Odeio-me por não ser a mim que agrado mas aos outros. Odeio por vezes saber que nao estou onde estou
p.s. pergunta crucial dos ultimos dias: como sabemos que alguém é o amor da nossa vida?

domingo, 9 de dezembro de 2007

.beijei um princepe, agora vai ficar um sapo?

Por vezes magoas-me severamente do coração, pões-me doente, e logo de seguida metes a tua cara linda e os olhos apaixonados e dizes-me que me amas severamente também. Em que ficamos afinal? Como consegues fazer as duas coisas ao mesmo tempo?



(a angústia do saber de mais sobre o amor)
(não queiram saber demais)
(não queiram)

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

.a rebentar de trabalho

Nem tempo tenho para coçar o rabo, quanto mais vir para aqui escrever :S

Peço desculpa

Volto em breve @

sábado, 1 de dezembro de 2007

. a dor do pânico e contradição das estatísticas

(vale a pena ler)
A cor azul da tigela queimava. Mais uma vez esqueci-me do leite no microondas, o branco sujo do leite de soja borbulhava no azul da tigela. Ouvi a voz da minha mãe ribombar dentro da minha cabeça:
- Andreia que cabeça na lua, nem do leite te lembras que puseste a aquecer.
Retorci o nariz ao sentir o odor quente do leite enquanto me martirizava novamente por me ter esquecido do leite num estado de aquecimento eterno. Gostaria que houvesse leite sem cheiro para pessoas como eu; o meu paladar rejubila-se com o sabor branco e castanho do leite com café ou com chocolate, mas a minha memória olfactiva ataca-me na presença de leite puro. Chego à conclusão que existem pessoas a desejar coisas bem piores, alguns desejam uma vida sem cores, um amor sem memória para tornar tudo mais fácil; eu apenas desejo um leite sem cheiro.
Encontro-me neste estado de reflexão em que facilmente mergulho, quando ouço o telemóvel a tocar desesperadamente no quarto, berrando por mim, gritando por ajuda. Caminhei lentamente, amaldiçoando quem estivesse a interromper o meu lanche sagrado antes das duas horas de estudo habituais; com a mão esquerda apertava o dedo que tinha queimado no azul da tigela e no meu esquecimento constante do leite.
Tive raiva de mim mesma quando li a mensagem, se ao menos soubesse que era grave… tinha voado pelo corredor fora evitando os tapetes escorregadios e os jarrões antigos com a destreza de quem conhece cada palmo da casa de olhos fechados desde de que nasceu, teria subido as escadas de dois em dois degraus sem ligar ao seu ranger velho de madeira, não teria gasto tempo com o meu dedo queimado, e nunca teria amaldiçoado quem me estava a interromper o quotidiano.
“Fui assaltado e atacaram-me na perna com algo cortante que está a deitar sangue. Vou tratar agora da ferida. Não te preocupes, estou bem”.
O sangue que lhe escorria pela perna, no mesmo momento escorria em mim pela alma, como qual liquido caprichoso que teimava em escoar da cabeça para os pés. O coração parou de bater por um momento que pareceu uma eternidade, perdi o controlo sobre a minha própria mão que largou, no que pareceu uma queda parada do rosa do telemóvel em direcção ao verde da carpete.
(estou a perder o controlo não estou?)
Levantei os olhos para o espelho em frente. Vi-me em estátua de rua; pele de um branco pálido, bochechas mortas de corado, lábios roxos, olhos presos e gelados e de coração em coma.
Os movimentos e os sons pareciam acontecer a uma velocidade anormal, ia jurar que as leis do tempo tinham tirado férias e que tudo se passava em câmara lenta. Iria jurar que me via de fora de mim, agarrada á parede para as pernas não vacilarem.
O que devem ter sido segundos pareceram demorados minutos; finalmente tomei consciência que estava a suster a respiração e a tontura a invadir-me o equilíbrio como um parasita. Controlei-me.
(respira Andreia, ar para dentro, para fora, para dentro…)
Depois da racionalidade ser recuperada e um pouco de cor à cara, a cama pareceu-me uma boa alternativa ao roçar das unhas vermelhas na parede amarela com a força com que me agarrava; consegui sentar-me e agarrar o telemóvel.
Quando hoje penso nesses dois minutos, acho que fui demasiado lenta, que devia ter ido a correr, que devia ter ligado logo, que devia ter ido a correr para o centro de saúde, que devia ter feito tudo e não fiz nada.
(foi pânico)
E se a ferida for muito profunda? E se ele não está bem e mentiu para não me preocupar? E se infectar? E se tiver apanhado alguma doença grave? E se estiver agora a caminho do hospital?
(fui atacado e tenho a perna a sangrar é bastante vago e preocupante para uma namorada dedicada como eu)
Tentei controlar-me de novo, procurei respiração e oxigénio com origem no abdómen e não no diafragma como tinha aprendido no yoga e focalizei a minha atenção toda na tecla 1; premi-a para a marcação rápida do número dele.
- Pii…Pii…Pii…
Os “pis” aumentavam e os “tum…tum” do coração também.
(atende por favor, atende, diz-me que estás bem).
- Amor? ‘Tás bem?
- Linda? Eu estou bem, não te preocupes.
Deixei mais uma vez o ar que tinha retido nos pulmões escapar de uma só lufada pela boca, como ladrões de sossego a fugir da prisão; os “tum tum” voltaram ao normal.
(ele está bem Andreia, vês? Não há motivos para preocupações…não há, pois não?)
As horas seguintes foram dilacerantes, enquanto ele corria da esquadra para o centro de saúde e controlava o seu próprio descontrolo; eu lutava contra a minha capacidade de abstracção.
(Não penses mais nisso Andreia, concentra-te no estudo…ele está bem!) tentava convencer-me.
As permutações, os arranjos, os gâmetas, a meiose; formulas matemáticas complexas e conjugações aleatórias de biologia que mudaram mundos, pareceram pequenos ao lado da importância do seu bem-estar. O coração tem destas coisas.
Tornei-me São Tomé em que apenas importa “ver para querer”. Por longos telefonemas, ele repetia-me interminavelmente com a convicção de quem é o salvador e não a vitima que tudo estava bem; pareciam papéis invertidos no teatro.
(devia ter tido forças para o apoiar e não ele para me sossegar)
(não passou de um susto, pois não?)
Nessa noite, a inquietação e a dor no dedo dorido da queimadura, tiraram-me o sono por completo.
Na manha seguinte fiz tudo com a rapidez que devia ter tido no dia anterior em vez de paralisar, vesti uma perna das calças enquanto lavava os dentes e arrumava os livros. Comi pouco e enquanto já caminhava para a escola, ouvi raspanete da mãe sobre a importância do pequeno-almoço e boas noites de sono, mas saiu mais depressa por ouvido do que tinha entrado pelo lado contrário. Apenas tinha a alma ligada para uma coisa. Esperei ansiosamente no portão, sabia que ele devia estar a chegar.
(Finalmente chegou)
Mesmo antes de virar a cabeça na direcção do seu riso, já sabia que estava a chegar; pela voz, pelo discurso leviano e bastante descontraído que fazia do assalto aos colegas, pelo perfume que raramente usa e pelo bom dia que soou mesmo por detrás do meu ombro.
(ele está bem…ele está bem…sorri)
Os músculos da cara obedeceram, sorri com a preocupação a sair-me pelos poros e o alívio a devolver-me a cor aos lábios. Apertou-me com força o que me expulsou as palavras que estavam por debaixo da língua:
- Para a próxima que me pregares um susto tão grande, bato-te.
Ele sorriu, eu sorri. Na noite seguinte dormi perfeitamente, com um sorriso no coração e um penso no dedo queimado.
p.s. os estudos dizem que 60% das vitimas de assaltos e ataques na rua não apresentam ocorrência do crima, o meu namorado foi nessa mesma noite à esquadra mais próxima e eu admiro-o por isso.