segunda-feira, 26 de novembro de 2007

.estudo do nu


Essa linha que nasce nos teus ombros,
Que se prolonga em braço, depois mão,
Esses círculos tangentes, geminados,
Cujo centro em cones se resolve,
Agudamente erguidos para os lábios
Que dos teus se desprenderam, ansiosos.

Essas duas parábolas que te apertam
No quebrar onduloso da cintura,
As calipígias ciclóides sobrepostas
Ao risco das colunas invertidas:
Tépidas coxas de linhas envolventes,
Contornada espiral que não se extingue.

Essa curva quase nada que desenha
No teu ventre um arco repousado,
Esse triângulo de treva cintilante,
Caminho e selo da porta do teu corpo,
Onde o estudo de nu que vou fazendo
Se transforma no quadro terminado.
[José Saramago - Poemas possíveis]
Não sei que mais dizer para te fazer querer mais e mais do que sinto por ti. Talvez um dia apareça por aí a palavra indicada que eu te sussurre ao ouvido e tudo parece mais leve, mais colorido. Que esta sensação de word-less desapareça, que este peso excessivo no coração se vá embora e consigo leve os medos que tenho de amanhã já não te ter. Este peso de ter algo para te dizer, que vou explodir por ti e não conseguir depois dizer nada.
Afinal de contas o amor é assim mesmo, without-words-to-descrive; mas talvez um dia...~
p.s. sobre ti, vou fazer o maior e melhor estudo do nu

2 comentários:

Ricardo Vitorino disse...

Grande Saramago, é um ponto de referencia para quem quer escrever bem. Mas a tua parte tb andreia, axo k sim, k vais ser faliz, mt faliz como tu keres.

abraço (L)

Anónimo disse...

tá mto giro esse poema!.. adorei especialmente aquelas duas palavras que n percebi nda.. "calipígias ciclóides" lol

mto bom mm :)


p.s.: qdo vamos saber o resultado do concurso das dez perguntas?

bjinhs