domingo, 30 de março de 2008

na casa de banho do avião

Os placares gigantes na sala de embarque indicavam: voo 513 de Nova Iorque para Washington – hora prevista: 07 AM.

Suspirei de alivio, estava com receio que o avião se tivesse atrasado:
- Passageiros do voo 513; Nova Iorque para Washington dirijam-se à porta de embarque – soou uma voz feminina na sala.
O avião já esperava na respectiva pista com os motores a ronronar como quem aquece as engrenagens para levantar voo. O pequeno autocarro que me transportavam da gare do aeroporto até à pista do meu avião, ia praticamente vazio. Eu, um casal de namorados italianos enrolados no fundo do autocarro, uma família norte-americana com cinco filhos pequenos que faziam um chinfrim maior que o som dos motores dos aviões e um homem nos seus 25 anos, mulato e de olhos azuis, vestido com um fato escuro que lhe dava uma imagem formal mas sensual ao mesmo tempo, lia o jornal como se não se importasse com nada que passava à sua volta.
O autocarro fez um solavanco e parou em frente da escada de entrada do avião, fui a penúltima a entrar no avião, atrás de mim vinha o homem de 25 anos; vinha tão perto que até arrepiava a minha pele nua dos braços, conseguia sentir a sua respiração quente no meu ombro direito.
Uma hospedeira loira com o cabelo bem besuntado num carrapito no alto da cabeça guiou-me ao meu lugar, na cauda do avião. Sempre fui baixinha e sem muita força para grandes esforços, e colocar a minha mala de mão ainda bastante pesada devido ao peso do portátil e dos meus livros na bagageira por cima dos bancos ainda era um desafio complicado.
Senti o peso do amarelo da mala a esmagar o peso do meu corpo contra o chão do corredor do avião, senti uma mão forte a puxar o peso da mala de cima do meu peso e depois a contrariar o meu peso da gravidade, levantando-me do chão.
Compus a saia e a blusa e virei-me ainda vermelha pelo espectáculo que tinha dado para o avião inteiro, mas todos pareciam entretidos em arrumar as suas próprias malas e apenas a cara do homem de 25 anos olhava para mim.
Pareceu-me ainda mais bonito ali, debaixo das luzes eléctricas do corredor do avião, do que no escuro e solavancos do autocarro; os olhos azuis sobressaiam do escuro achocolatado da pele.
Ouvi lá bem no fundo da minha cabeça a voz dele ecoar:

- A senhora está bem?

Sei que acenei que sim com a cabeça mas a minha atenção não estava naquele dialogo mas no poder magnetizante daquele homem; parecia que puxava com toda a forma o peso do meu corpo de encontro ao peso do corpo dele. Estendeu-me a mão e disse:
- Jonh, Marschal do Ar - eu ainda a tremer do susto e da emoção da presença daquele homem estendi a minha e apertei o mais firmemente que consegui:
- Andreia Freitas
- É portuguesa?
- Sim, os meus pais são de Lisboa e vieram para Nova Iorque quando era pequena; mas não sei falar em português se é isso que me vai pedir.
- Não de forma alguma, apenas acho as portuguesas particularmente bonitas.
O sinal luminoso de apertar o cinto acendeu e as hospedeiras começaram a preparar os passageiros para a descolagem, ele despediu-se e sentou-se no seu lugar cerca de 4 filas à frente da minha. Sentei-me, apertei o cinto, respirei fundo e concentrei-me ao máximo para conseguir parar de tremer as pernas.
Quando o avião descolou e o sinal dos cintos se apagou, levantei-me para ir à casa de banho no fundo do avião; ficava num pequeno recanto escondido e tapado por uma esquina pronunciada. Senti de novo o bafo quente no meu pescoço, agarrou-me pelos ombros e encostou-me à porta da casa de banho. Beijou-me lentamente enquanto me acariciava o cabelo, segredou-me ao ouvido que era a portuguesa mais bonita que alguma vez tinha visto.
A mão dele não tinha descanso, conhecia-me o corpo desde de sempre. Sabia os pontos que me faziam tremer, querer mais; puxei-o para mais perto de mim, para sentir o bafo quente. Ele abriu a porta da casa de banho e desta vez não me empurrou, eu deixei-me ir até os nossos corpos ficarem totalmente colados dentro daquele cubículo pequeno. Mesmo que não nos quiséssemos tocar, não podíamos; a língua dele entrava na minha e a minha respiração na dele.
Fechou a porta atrás de si e trancou-a com o sinal de ocupado…



post criptum: sonhei mesmo isto

sexta-feira, 28 de março de 2008

espanador vs. sexo


Parte de artigo publicado no Destak de hoje:

"Há dias foi divulgado um estudo que garantia que os homens que ajudam em casa têm «direito» a mais sexo do que aqueles que se sentam no sofá com pantufas, ou aparecem em casa, tarde e a más horas, sempre depois das crianças estarem na cama, evidentemente. "


Portanto muito basicamente os homens que ficam a ganhar são os que lavam a loiça e fazem o cafezinho à mulher quando se sentam a ver a televisão ao final de um dia de trabalho. Se um homem se compra pelo estômago, então uma mulher compra-se pelas tarefas domésticas.

Por isso homens deste país em vez de refilarem das dores de cabeça das vossas esposas, peguem nos espanadores e aspirados e no fim, quando já nem sentirem as pernas, garantem os estudos que vão receber um tratamento em pêras que de certeza que vão sentir bem o que está no meio das pernas.

É da forma que os homens deste país vão começar a apanhar as peugas do chão e a baixar o tampo da sanita todos os dias.

Senhoras, façam greve de sexo até ele fazer o seu lado da cama!
post scriptum : homem meu que cozinhe para mim e faça um minimo em casa, tem festa a noite toda (ouvis-te dexter?)

quinta-feira, 27 de março de 2008

. (des)amores de Rita and Dexter

"- What do you want in life Rita?
- I don't know, i thing i just want a normal life...the comum, ordinary american life you know?
- Yes i know...i want the same. " in Dexter


Tenho uma enorme tendência, imatura ou não, para acreditar que o amor verdadeiro é este mesmo. São duas pessoas completamente diferentes e amarem-se porque apenas querem o mesmo na vida, nem que seja uma simples e comum vida sem dar nas vistas.
post scriptum . adoro o amor deles

terça-feira, 25 de março de 2008

. facto nº6

A verdade é que só tomo consciência das coisas, bem depois de as fazer, bem depois de me avisarem de que as fiz, e bem depois de ter passado os limites da dor. Também nunca penso muito sobre as coisas em geral, mas isto deu-me pensamento para duas noites pelo menos e muitos pesadelos.
Digo-lhe (a Ele) coisas que não devia porque só tomo consciência do que disse quando já fiz merda. E por vezes, até as coisas mais estranhas, como a existência de uma terceira pessoa como potencial pretendente, pode salvar uma relação ou atear uma nova chama. E eu não acreditava, até nos ter salvo a nós.
post scriptum. posso ser optima filha, amiga bla bla mas sou uma péssima namorada :S

domingo, 23 de março de 2008

.eras novo ainda - Al Berto



procuro-te no meio dos papéis escritos
atirados para o fundo do armário de vidrinhos
comias uvas no meio da página
a seguir era como se fosse noite
havia olhares que se cruzavam corpos
deambulações pela praia

era noite e alguém se aproximava
eu estava passeando os dedos
pelas nódoas frescas do vinho sobre a mesa o caderno
onde de quando em quando rabiscava um rosto

e listas de nomes que não queria esquecer
paguei o pão o vinho o queijo
levantei-me

tu cortaste-me a fuga vagarosamente preparada
pediste-me um cigarro

na outra página estávamos rindo
estendidos no pobre embarcadouro de madeira
planeávamos atravessar a noite mágica do rio
a página seguinte está em branco
mas lembro-me que te agarrei a mão e disse
todos os cigarros do mundo são para ti

sexta-feira, 21 de março de 2008

, um



I just wanted to be a movie star
A lady in beautiful dresses
I just wanted to be the dance floor queen in the 50's

quarta-feira, 19 de março de 2008

.sou do contra vá

Acordei cedo, tive de correr para apanhar o autocarro, estava a chover torrencialmente, fiquei encharcada até aos ossos e cheia de frio, parei na florista e comprei um grande ramo de rosas vermelhas e brancas, bati à porta dele, o pai dele abriu-me, ele ainda estava a dormir.
Aproximei-me e acordei-o; e apesar de estar encharcada e tudo o mais, valeu mesmo a pena o esforço só para ver o sorriso dele pela surpresa de o ir acordar com um ramo de flores.

Porque os homens também merecem rosas...
Gosto de mudar tradições

terça-feira, 18 de março de 2008

. 4 dias


Em absoluto silêncio e concentração. Com o telemovel trancado no armário durante o retiro e desligada do mundo, voltei uma pessoa diferente; sinto-me mais limpa, mais alegre e sobretudo com um coração muito mais aberto. Levei problemas e preocupações do dia a dia, e muito oração e meditação; levaram-me a perceber que a vida parece muito mais fácil quando deixamos os problemas e trazemos um coração grande, quando somos generosos, quando somos bons, quando somos sorridentes e fazemos sorrir os outros também.



Nunca mais duvidarei do poder da fé e da oração.

Rezei por todos vocês



domingo, 9 de março de 2008

.you're the nicest thing





"Existe uma velha lenda sobre os deuses gregos. Um dia os deuses estavam aborrecidos, então inventaram o ser humano; mas continuavam aborrecidos portanto inventaram o amor. Gostaram tanto do amor, que inventaram o amor para eles próprios; e depois inventaram o sorriso. E nunca mais ficaram aborrecidos!"

in: feast of love
post scriptum: obrigado à mnh R. pela música

sábado, 8 de março de 2008

. momento retrospectivo dos ultimos dois anos


Quando as pessoas são totalmente incompatíveis, discordam dos ingredientes a por na pizza até à cor dos cortinados, discutem várias vezes por serem tão incompatíveis mas não podem viver uma sem a outra porque se amam desmesuradamente, ainda podem manter uma relação em pé? Ainda podem ser felizes?


Uma alminha caridosa que me responda a esta pergunta sffv.

quarta-feira, 5 de março de 2008

. saudades (tuas)


Tangência, sua lateral, com um olhar propagado de desconcerto.

Como podes ter merecido tanta beleza?

Castigas-me quando não me deixas aproximar, fico a vigiar-te pela lente que foca e desfoca a luz do teu corpo nu.

Escrevo sobre a tua pele as palavras de um poema qualquer de amor.

Divago sobre a sombra que não fica no chão por conta do sol. Que parece iluminar-te só a ti.

E como o vermelho da tijolheira te parece aquecer o odor.

Não quero fechar os olhos, com medo que a tua visão voe com o vento...

sábado, 1 de março de 2008

. aulas de código


E lá vou eu feita virgenzinha à minha primeira aula de código. Entro assim devagarinho para me sentar no lugar sem dar nas vistas, e assim que poiso ao de leve o meu rabo no acento, o instrutor vira-se e diz:


- ora temos uma caloira?

- sim, é a minha primeira aula

- e como te chamas?

- andreia

- com A?

- (este gajo é parvo) hum sim -.-'

- ahh e o que é a segurança activa?

- Não sei

- Como não sabes?

- Porque é a primeira aula que tenho

- ahh pois é

- ( -.- )

- então tens 5 minutos para procurar no livro o que é e explicar aos teus colegas

- (filho da puta**)



E pronto foi o momento alto da minha iniciação na minha vida de aprendiz de condutora, e que me levou a acreditar que o meu instrutor não pode ser muito bom da cabeça -.-' e depois queixam-se que haja tantos acidentes rodoviários.