sexta-feira, 30 de novembro de 2007

.facto nº1

qual é o stor que em dia de plena greve e a escola toda fechada (isto diga-se sem salas de aula abertas) obriga a turma a fazer teste no refeitório?


(turmas de informática ts ts ts)

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

.estudo do nu


Essa linha que nasce nos teus ombros,
Que se prolonga em braço, depois mão,
Esses círculos tangentes, geminados,
Cujo centro em cones se resolve,
Agudamente erguidos para os lábios
Que dos teus se desprenderam, ansiosos.

Essas duas parábolas que te apertam
No quebrar onduloso da cintura,
As calipígias ciclóides sobrepostas
Ao risco das colunas invertidas:
Tépidas coxas de linhas envolventes,
Contornada espiral que não se extingue.

Essa curva quase nada que desenha
No teu ventre um arco repousado,
Esse triângulo de treva cintilante,
Caminho e selo da porta do teu corpo,
Onde o estudo de nu que vou fazendo
Se transforma no quadro terminado.
[José Saramago - Poemas possíveis]
Não sei que mais dizer para te fazer querer mais e mais do que sinto por ti. Talvez um dia apareça por aí a palavra indicada que eu te sussurre ao ouvido e tudo parece mais leve, mais colorido. Que esta sensação de word-less desapareça, que este peso excessivo no coração se vá embora e consigo leve os medos que tenho de amanhã já não te ter. Este peso de ter algo para te dizer, que vou explodir por ti e não conseguir depois dizer nada.
Afinal de contas o amor é assim mesmo, without-words-to-descrive; mas talvez um dia...~
p.s. sobre ti, vou fazer o maior e melhor estudo do nu

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

.as dez perguntas da minha vida


Desde pequena que sempre fui uma cachopa dos "porquês". "Oh mãe porquê isto, oh pai porquê aquilo..." não interessava o assunto, sendo adequado para criança ou não, eu queria sempre saber a resposta para tudo (e acreditem que não tinha papas na lingua para perguntar o que quer que fosse).


Hoje continuo a mesma pessoa questionadora, senão sei o porquê das coisas simplesmente não as faço ou não as compreendo totalmente e isso deixa-me extremamente irritada. Não me basta saber que dois 2+2=4 mas preciso de saber a explicação matemática para 2+2=4 e não 5. É uma mania um pouco irritante, eu sei, mas não consigo evitar.


A pergunta sobre a qual todo o meu mundo girava quando era pequena era : Porque é que o cabelo das bonecas não cresce como o nosso? Agora, as perguntas que me assombram são bem diferentes.


1. O amor é só uma desculpa biológica do nosso cérebro para ter sexo ou é algo mais?


2. Porque é que faz sempre bom tempo no fim-de-semana e um tempo terrível à segunda-feira?


3. Porque é que os namorados de tempos a tempos discutem forte e feio sem motivo ou razão aparente ou com pelo menos algum nexo?


4. Se nós (mulheres) somos o sexo forte, porque é que eles é que mudam o pneu do carro, carregam as compras e mudam as lâmpadas em casa?


5. Como é que nunca somos capazes de nos recordar do aniversário das pessoas até ao momento em que a vimos à frente dizemos um milhão de coisas com muita estupidez matinal pelo meio e de repente: Ahhhh fazes anos :O ?


6. Porque raio de maldição é que os tampões só dão para usar em dois dias para aí dos cinco do período?


7. Porque é que eles (homens) andam todos nus nos balneários, tomam banho todos juntos e ainda partilham urinois com uma miniatura de parede no meio; e nós (mulheres) temos de ir para a casa de banho do balneário só para não trocar de camisola à frente das outras?


8. Porque é que os orgasmos são tão efemeros?


9. Porque é que nós gastamos fortunas em guarda-chuvas se dois dias depois da compra eles morrem uma em quatro

1. as varetas partem-se todas enquanto entretanto começa a chuver torrencialmente em cima do nosso penteado novo a caminho do encontro com o namorado

2. perde-mos o dito cujo em algum metro, comboio, escola, ginásio... (eu consigo perder chapeús de chuva como quem como rebuçados)

3. quando saimos da loja do chinês com a nossa bela nova aquisição, vem uma rabanada enorme de vento e rasga o tecido todo ao meio

4. partem-se as varetas, rasga-se o tecido mas aquilo ainda tapa um bocadinho de chuva até ao momento em que o perdemos numa estação de comboio ?


10. Porque é que toda a gente diz que as mulheres são umas cabras umas para as outras, se são os homens que namoram sempre com a ex-namorada do melhor amigo?


Para quem souber responder às perguntas, vai o prémio de "O sabedor das dez perguntas mais"; procuram-se concorrentes, deixem as vossas respostas super originais nos comentários.


Algumas sugestões:
p.s 1 - acredito que é um pouco das duas
p.s. 2 - se souberem a resposta desta, agradecia mesmo saber
p.s. 3 - esta também gostava de saber, porque acontece-me demasiado frequentemente
p.s. 4 - o sexo forte não trabalha, descansa
p.s. 5 - não faço a minima mas é um sindrome do qual eu sofro
p.s. 6 - é uma pergunta de raiva e indignação
p.s. 7 - muito gostam eles de andar ali com a salada a badalar
p.s. 8 - epa não sei mas odeio quem saiba
p.s. 9 - sem dúvida que é o unico objecto onde todos gastam dinheiro, todos se arrependem de o ter gasto uns dias depois e passado outros dias estão a gastá-lo noutro objecto semelhante
p.s. 10 - conheço bastantes casos assim e gostava mesmo de saber porquê esta fama das mulheres

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

.funerais de almas

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No minimo que fazes,
Assim em cada lago a tua lua toda,
Brilha, porque alta vive.
Ricardo Reis - Ode
Cada vez mais se torna dificil ser inteira, ser completa. Sou cada vez menos, e cada vez consigo pôr menos no que sou...(morri). O minimo que faço nem o sei, o máximo esse... esse parece que nunca chega para nada. Nado aos circulos sem chegar a lado nenhum! (morri)
Parece que não sou boa o suficiente, isto ou aquilo suficiente (se calhar não sou mesmo)...não sirvo nem para o minimo quanto mais para os sonhos concretizar.
Sabem que mais? Morri! Enterrem-me e digam-lhe a ele que o amo do fundo do coração.
(morri)
(a respiração falha)
(finalmente deixei-me de não ser suficiente)
(morri)

domingo, 11 de novembro de 2007

.let's plugg in our bodys


Tens um poder electrificante em mim, qual carreirinha de electrões descontrolados que circulam dos teus poros para os meus. Sinto tua mão pousar no meu seio, e a corrente eléctrica atravessar-me o corpo; de uma voltagem tão alta que me matava de amor. Estremeci. Estrebuchei, nos teus braços, de prazer.

És o meu ânodo de deleite, fazes-me reduzir ao pó dos teus ossos e à simplicidade dos teus braços energéticos. De ti, recebo voltagem, recebo amor, recebo energia; sou eléctrica em ti, onde cada pedaço de pele te deseja e cada pêlo se levanta, eriçado e arrepiado, na tua direcção.
Já não saberia o que fazer sem a tua semi-célula de nós dois, onde me deixas despida de roupa e pudor, tremendo de frio no escuro, onde apenas tu me aqueces com o calor que me prometeste.


Com beijos tentas cobrir o próprio corpo nu que fizes-te de mim, momentos antes.

Pensas que desgosto esta constante reacção catódia-anódica que somos os dois?! Pois bem, enganas-te. É esta troca fixa de energias e intimidades que me mantêm viva, sou meia-morte quase zombie quando tu não estás aqui, teus choques eléctricos são a única coisa que ainda mantêm vivo o meu coração adormecido.

Pum pum…pum pum…

Sim… (gemido) Eu quero que voltes a pousar tua boca no meu umbigo, quero que embacies a pele como um vidro no Inverno, quero que me engulas a língua com a tua boca enquanto me prometes que vamos ser quimicamente compatíveis…pelo menos até ao final da noite!
p.s. é o que dá estar a pensar em ti, enquanto estudo quimica

sábado, 10 de novembro de 2007

Quando uma aliança se aproxima, o homem foge...

Já me tentei inteirar de todos os argumentos e mais algum para convencer o meu namorado a usar alianças de compromisso, mas parece que nada resulta.
Não resulta segurar a X-box fora da janela do terceiro andar, não resulta fazer greve de contacto físico e beijos ou qualquer coisa que implique ser namorados, não resulta ameaçá-lo de comer pêssegos (aos quais é extremamente alérgico), não resulta apontar perigosamente um martelo ao seu querido PC e muito menos resulta ter os seus queridos cd's de pink floyd a derreter em cima dos bicos do fogão...
Garanto-vos que isto é de por uma rapariga doida, porque realmente não compreendo que ataque epiléptico é que ele tem quando falo (ou apenas toco levemente) no assunto das alianças; barafusta, diz que não, e mais que não ainda e torce a cara toda (só falta espumar da boca).
Talvez os homens tenham algum tipo de dispositivo anti-compromisso-sério-que-envolva-mostrar-que-se-é-realmente-comprometido-usando-uma-aliança, instalado nas suas "caximónias" que fazem disparar uma série de clichet's já preparados por outros homens para evitar qualquer tipo de contacto entre as alianças e o dito cujo dedo (da mão direita claro que a coisa não é assim tão séria).
Este dispositivo deve permitir-lhes que assim que a palavra aliança entra num raio de 5km de proximidade, disparam:
1. Oh querida, mas nós não precisamos disso para provar o nosso amor
2. Que foleirisseeee!
3. Ohhh, eu tenho lá cara de gajo que usa aneizinhos (típica)
Enfim...comprometidos que andam por aí, tenho a certeza que muitos compreendem o meu problema.



p.s. agora no final deste texto ocorreu-me uma solução que talvez resulte, ameaçá-los que vamos deixar de fazer a depilação, arranjar o cabelo, usar o perfume (que os deixam loucos) e usar lingerie sexy...acho que isso já é capaz de convencer até os mais persistentes!

p.s.s o texto está mais uma vez extremamente generelizado para ser mais dramático, os homens que por ai andam que não se sintam insultados, que o insulto é unicamente para o meu namorado

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Droga? Nhec's, pêlo é que é d'Homem!

Quantos homens e rapazinhos não se tracam às escondidas da mãe na casa-de-banho, pegam na gilette corajosamente e rapam tudo o que restia de pêlo no corpo? Pois bem, hoje em dia, são cada vez mais. Claro está que ainda há os verdadeiros corajosos, que se atiram de cabeça às bandas de cera numa qual acção honrosa à dor das mulheres há já muitos anos com a depilação a cera.

É nas pernas, é no peito, é nas axilas, é um jeitinho nas sobrancelhas ( e para os corajosos, as virilhazinhas também). É a desculpa da natação profissional e de reduzir o artrito à água, é o futebol profissional e os cremes que têm de pôr nas pernas, é a desculpa do bronzeado e bom aspecto para a praia; enfim, há tantas desculpas para os homens fazerem a depilção como sitios onde fazê-la.

Não sou totalmente contra a depilção nos homens, eles têm tanto direito como nós (mulheres) de tirarem alguns pelinhos mais incomodos pelas razões e formas como muito bem entenderem. MAS vamos lá a ver se acentamos uma coisa extremamente importante!

Depilação não implica ficarem carequinhas como bébes, com peles mais limpas e macias que as nossas -.- Uma axila ou outra sem pêlos assim no verão quando faz calor, e aquilo com a transpiração não cai bem, e se fazem desportos profissionais ou para a praia, tudo bem; aí ainda passa. Agora qué feito dos peitos peludos onde nós (mulheres) podemos embaraçar os nossos dedos, ou das pernas perfeitamente e peludamente másculas?

Eu cá como mulher, só tenho a dizer que macacos não obrigado (esses podem ir tirar um pelinho ou outro); mas gosto cá dos homens ao natural, com pelinhos, barba e peitorais que é como devem ser.

Porque afinal, droga?? Naahh, pêlo é que é de homem!

p.s. peço desculpa a qualquer homem a quem fira a sensibilidade, é apenas uma opinião

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há...


Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.


Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?


O amor é uma coisa, a vida é outra!!!


O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. O amor é esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.


O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor.


O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente.


O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha – é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.

Miguel Sousa Tavares - Expresso



p.s. faço deste texto a minha bíblia, acredito nele piamente e sinto-me mesmo concretizada por aindaser das pessoas que têm um amor louco e desenfreado que a toda a hora me faz sorrir. Viva...viva o amor!